novembro 19, 2011

Na ironia do cansaço e da questão

Nunca pensei dar por mim com a cabeça pendida na mão e um ar lunático escarrapachado na cara, imaginando que raio sentes tu por mim. Quer dizer, eu nem sou o tipo de pessoa que perde seja que tempo for, a preocupar-se com o que vai na cabeça dos outros acerca de mim, talvez devesse fazê-lo, mas até hoje nunca achei que fosse necessário. Contudo, pareço contradizer-me nesta perplexidade de palavras e atos, pois é exatamente isso que eu tenho feito no ultimo mês...
Estiveste tão perto de me conseguir derreter nas tuas endrôminas lamurias do amor. Oh meu querido, mas diz-me, como é sentir essa frustração de se ter desistido; essa frustração de se ter estado tão perto e ali, a uns medrosos metros da meta, deixar-se cair. Diz-me porque pode ser que assim eu entenda! Diz-me porque eu ainda hoje não entendo! Queres que eu seja mais concreta, estás a sentir-te enleado nas minhas metáforas? Ok! Eu só quero saber, desde o inicio, qual era o teu objetivo. Ainda não está detalhado o suficiente? Vamos tentar desta forma, nua e fria: o que é querias de mim?! O que foi que já conseguiste de mim, para teres ido embora tão cedo? Estarei eu a ser assim tão ingénua e despistada ao não sentir falta de nada, para além de ti? Possivelmente sim, mas o que seria da vida sem um pouco de ingenuidade? O que seria da vida sem uma espécie de venda, que nos coloca numa situação em que não sabemos (e não queremos saber) se se trata da verdade ou da mentira, apenas queremos ficar ali entre o preto e o branco, entre o ser e não ser? Diz-me, o que seria de mim, se eu não tivesse essa ingenuidade? Teria alguma vez sentido o afeto que senti por ti? Não, talvez não... Um brinde à ingenuidade!
Estaria a mentir se dissesse que não estive apaixonada por ti, ou que não me tinhas na palma da mão, porque na verdade estive e na verdade tinhas! Mas talvez se me conhecesses saberias que se me deixas a mão aberta eu fujo, tal como eu deixei e tu fugiste, tão rápido quanto podias... Mas que cliché!

10 comentários:

Anónimo disse...

a ingenuidade pode levar a que nos magoemos, o que acontece a maior parte das vezes, mas só assim somos totalmente nós e só assim sentimos verdadeiramente. Vamos sempre questionarmo-nos porque o fim chegou tão depressa

cláudiagomes. disse...

está lindo!

Aurora disse...

oh que adoro o que escreves amor<3

Maria Inês Rodrigues disse...

Estááá absolutamente lindo! Força * beijo

Nádia Guerreiro disse...

Aninhas querida, segue em frente . Deu para perceber com o que li que tal pessoa não merece nem um minuto da tua atenção, senão porquê "fugir-te"?
Pelo pouco que conheço de ti, dá para perceber que dessa personalidade forte que tens, consegues colocar-te num "aparte" daqueles que te podem vir a apontar o dedo, por isto ou por aquilo.
Sinceramente, admiro-te :)

ps: Amo a tua personalidade (mas isso tu já sabes) :)

Filipa disse...

Clichés matam-me s:
Gostei muito do post.

Vanessa Kiekeben disse...

lindo *.* sigo :)

margarida disse...

Obrigada Aninhas querida :)
Este texto está... awesome!

adriana rodrigues disse...

é mesmo, acredita :)

fabiana s disse...

ora nem mais :)
brindo contigo à ingenuidade, que nos faz viver cada momento de uma forma única! *