Os trilhos que tu traças(-te)

Nunca soube o que realmente chegámos a ser, talvez não fossemos nada, talvez nem tudo tenha que ser algo. Estive eu a sonhar? Aquele lugar onde me levaste era o topo do mundo? Oh, como a vista de lá é maravilhosa e emocionante! Será que podemos lá voltar? Será que podes voltar a agarrar na minha mão, cegares-me com a paixão e sem deixares que eu leve nada do passado, me coloques novamente lá em cima, onde a lua e o sol se encontram, onde a água corre ao contrário e o tempo petrifica? Esta sitio aqui em baixo, onde me deixaste sozinha e sem um último adeus, faz-me sentir a tua falta e são várias as vezes em que me pergunto por onde andas tu agora... Espero que esse sitio não seja tão magnifico como aquele onde nós estivemos. Espero que nesse lugar olhes para o rio e vejas o meu reflexo distorcido e ondulante ou então para o céu estrelado e sintas saudades minhas. Porque tu até podes ter bebido todo o meu ser como vodka e eu ter-me afundado dentro de ti; podes até ter-me sugado como um cigarro que pareceu cristalizar todo o teu interior; podes ter partido e roubado tudo de mim; podes ter me deixado na base do mundo sem nada, mas eu não partirei à tua procura! Permitirei que as saudades consumam o pouco de mim que ficou, e que a tua imagem se comece a desvanecer na poeira do chão, pois estarei cansada demais para sequer olhar para trás...